Picasso: génio ou vendedor de ilusões?
Pablo Picasso, 1950s. Fotografia de André Villers.
“Leva anos para aprender a pintar como os mestres, mas uma vida inteira para voltar a pintar como uma criança.” — Pablo Picasso
Picasso foi génio ou foi um excelente vendedor de ilusões?
 A pergunta incomoda, porque mexe com o pedestal onde o colocámos.
De um lado, o génio inegável:
- Reinventou-se em vários estilos, do azul ao cubismo. 
- Destruiu convenções e abriu portas a quase tudo o que hoje chamamos de arte contemporânea. 
- Criou obras icónicas que até quem não gosta de arte reconhece. 
Do outro, o mestre da ilusão:
- Sabia provocar, escandalizar e chamar atenção como poucos. 
- Vendeu-se (e vendeu-nos) a ideia de que qualquer traço seu era arte. 
- Transformou a sua persona num espetáculo — e isso também se paga caro. 
Gertrude Stein, que conviveu com ele em Paris, dizia:
“Ele é espanhol, tu sabes… e para um espanhol, o mundo é um palco.”
E o crítico Robert Hughes não poupava ironia:
“Picasso tinha tanto de vendedor como de pintor. Mas talvez fosse esse o segredo da sua grandeza.”
👉 O que sobra é esta ambiguidade deliciosa: Picasso foi artista e performer, pintor e vendedor, génio e ilusionista. Talvez seja isso que o torna eterno — não se consegue encaixá-lo numa só caixa.
E tu? Quando olhas para um Picasso, vês génio, truque ou os dois ao mesmo tempo?
👉 Moral artística da novela
 Picasso pode ter vendido ilusões, mas talvez seja esse o maior dos seus talentos: convencer-nos de que a arte é mais do que tinta na tela — é também a história que acreditamos ver.
 
                        