Como escolher entre tela e papel: guia simples para não se perder na papelaria
“A arte não reproduz o que vemos. Ela nos faz ver.” — Paul Klee
Tu entras numa papelaria. O plano era rápido: comprar “qualquer coisa para pintar”. Meia hora depois, ainda estás parado entre telas, papéis lisos, granulados, grossos, finos, baratos, caros… e já pensas em fingir que esqueceste a carteira.
Tela ou papel? Eis a questão
 O dilema é velho. A tela dá prestígio, parece logo “arte séria”. O papel é mais democrático, versátil, cabe em qualquer pasta. Ambos têm charme — mas convém saber o que cada um pede.
Quando escolher tela
- Queres que a peça dure décadas sem amarelar. 
- Vais trabalhar com tinta a óleo ou acrílico (o papel sofre com isso). 
- Gostas da textura irregular que dá profundidade à cor. 
- Queres pendurar a obra na parede sem moldura. 
- Precisas de sentir que és “pintor de cavalete”, nem que seja só ao domingo. 
Quando escolher papel
- Preferes experimentar técnicas (aquarela, guache, grafite, pastel seco). 
- Gostas da liberdade de rasgar, colar, dobrar. 
- Não tens espaço para armazenar telas (o papel empilha). 
- Queres algo mais barato para testes ou séries rápidas. 
- Sabes que até Picasso usava papel para rabiscar — e não lhe correu nada mal. 
Dica de sobrevivência na papelaria
 Se ainda assim bloqueares no corredor das gramagens: compra os dois. O pior que acontece é descobrires que afinal és artista multimédia sem saber.
 👉 Moral artística da novela: tela impressiona, papel liberta. No fundo, é como escolher entre vinho e café — cada um tem o seu momento.
 
                        