O drama criativo: pó de madeira e caras de teimosia

O drama criativo: quando a matéria insiste em não colaborar com os planos do artista.

Entre pó, ferramentas e teimosia.

Às vezes o ateliê parece cena de tribunal: eu argumento, a madeira responde. Imagino fluidez, ela insiste em devolver arestas.

O resultado está aqui — entre pó, ferramentas e cara feia que nasceu do bloco quase por teimosia.

👉 Moral artística da novela: o artista não vence a matéria — só negoceia tréguas temporárias.

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Antes da primeira pincelada

A pintura não começa na tela, mas no silêncio que prepara o espaço para que a obra aconteça.

Silêncio antes da criação.

“Não é o pintor que escolhe o quadro, é o quadro que escolhe o pintor.” — Georges Braque

Muita gente pensa que a pintura começa no instante em que o pincel toca a tela. Como se fosse magia imediata: cor → tela → obra.
Mas para mim, começa muito antes. No silêncio. No vazio. Naquele espaço invisível onde a obra decide se quer nascer.

O que vem antes
Cada série pede a sua própria lógica. Já vi telas transformarem-se em fragmentos de memória, em corpos a dançar, em territórios por explorar. Nunca repito o caminho. Cada exposição obriga-me a desaprender e a inventar uma nova forma de pensar.

É aí que mora o risco: entrar numa floresta que nunca percorri, sem mapa, sem garantia de saída. E, claro, com a esperança teimosa de que no fim haja luz.

Ordem e caos à mesa
Posso traçar planos, esboçar ideias, encher cadernos de notas. Mas chega a hora da verdade: a cor escolhe o seu destino, o gesto impõe-se, o quadro responde. E eu? Eu sigo.
É nesse fio tenso entre ordem e caos que a obra se revela — e, às vezes, me surpreende mais do que a ti.

O verdadeiro segredo
Talvez a chave não esteja em dominar a pintura. Talvez seja apenas isto: preparar o espaço para que ela aconteça. Como quem abre uma clareira e espera que a luz atravesse.

👉 Conclusão de café: a pintura não começa na tela, mas no espaço que abrimos para que ela exista. E em Dezembro vou abrir esse espaço contigo.

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Conversas de Café, Bilingue PT/EN Hugo Madeira Conversas de Café, Bilingue PT/EN Hugo Madeira

 A estrada até Dezembro começa aqui…

O ponto de partida para a exposição em Dezembro: telas em branco, tubos de tinta e a promessa do que ainda não existe.

A viagem começa sempre com telas em branco e tubos por abrir.

Antes de cada exposição, há sempre este momento.
As telas ainda estão em branco. Os tubos de tinta ainda fechados. Os pincéis, limpos demais.

Parece pouco, mas é daqui que nasce tudo: de um monte de materiais à espera de se transformar em cor, gesto e risco.

👉 Em Dezembro haverá exposição de pintura. Até lá, café, noites curtas e muito caos criativo vão preencher o espaço entre estas telas vazias e as paredes de uma galeria.

👉 O ponto final com cheiro a tinta fresca
Toda viagem começa aqui — entre o silêncio das telas por abrir e a promessa do que ainda não existe.

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